A vida deveria ser um pedaço de bolo

Nem gosto tanto assim de doces, mas adoro a frase de Alfred Hitchcock – já citada várias vezes neste blog – Alguns filmes são como pedações da vida, os meus são como pedações de bolo. Na verdade, cheguei a conclusão de que a vida é que deveria ser como pedaços de bolo, daqueles que você come, se lambuza, não fica culpado por ter experimentado e se repete sempre.

Vem ai uma nova Copa do Mundo e a sensação de que tudo passa muito rápido também se acelera. Já está chegando a hora de juntar os amigos para xingar e torcer pela seleção (mesmo com o Dunga). É a hora de gritar (menos para os que já falam alto demais) e falar apenas sobre o velho esporte bretão.

Mas, assim como Hitchocock se achava um diretor marcado: Sou um diretor estereotipado. Se eu fizesse Cinderella, o público estaria imediatamente procurando por um corpo na carruagem, eu também me considero um idealista, mesmo não confiando na natureza humana. Imagino que sempre vou ser considerado rasteiro, mesmo quando somente uma rasteirice possa explicar algumas decisões tomadas.

Walt Disney tem o melhor elenco. Se não gosta de um ator, ele simplesmente o apaga. Essa era a definição da inveja que o Mestre do Suspense tinha do seu companheiro Walt Disney. Como ele, também gostaria poder apagar alguns personagens e rescrever o roteiro e a fala de alguns outros. Afinal, o meu roteiro é sempre perfeito.

Mas, como dizia, a vida deveria ser mais leve, menos exigente, com menos medos e egoísmos. São pocas as chances disso acontecer. Então, enquanto a temperatura está agradável, vou alugar alguns filmes do mestre e sonhar com uma civilização menos focada no EU.

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