Profissão repórter: Bom demais

Montar equipes, editar e cuidar de pautas é bom, mas todo jornalista tem mesmo um bichinho que corrói a alma e deixa inquieto todos os sentidos do corpo: ser repórter.

As últimas semanas de trabalho foram muito boas – tanto em termos de produtividade quanto no quesito reencontrar amigos. Cobrir esportes, educação, política e polícia, fez rever companheiros de batalha e ter a certeza de que alguns atalhos ainda existem para uma boa apuração.

Outro ponto que me alegrou – embora tenha um lado bastante triste – foi a conclusão chegada por vários companheiros que também dão aula: O nível dos alunos que chegam até a faculdade é muito baixo.

Afinal, parece que só mesmo os administradores parecem não saber disso.

– As empresas estão preferindo gente jovem comandando. Eles alegam que os jovens têm menos vícios profissionais. O que parece é que eles (administradores) querem moldar os vícios de seus profissionais – sentenciou uma raposa felpuda, que é professor, já foi editor de jornais e hoje experimenta uma assessoria.

– Muitas vezes os jovens não contribuem com a falta de vícios. Na maioria das vezes atrapalham com a falta de experiência. Nem sempre o que é novo é melhor, mais fresco. Na maioria das vezes é só menos inconveniente, já que não conseguem argumentar sobre erros de superiores – emendou outro velho jornalista.

Interregno para falar sobre Lead

Nesse momento um quarto elemento entra na conversa e dispara:

– Pior do que o baixo nível dos alunos e novos coleguinhas é saber que lead agora é questão geográfica. Foi-se o tempo no qual a orientação político/social ditava o tom das notícias. Agora, querem vender a globalização, mesmo quando o importante é informar ao público local.

Eu, que acompanhava quieto, dei um sorriso bem sacana e feliz por saber que não era o único que pensa assim. Mas não resisti e soltei:

– O povo novo e os que só trabalharam em internet, parece que nunca leram o NYT ou algum outro jornal impresso. Além de não saberem onde está a notícia mais importante, ainda acabaram com o nariz de cera e o sublead.

O tumulto estava se formando quando tivemos que voltar para a pauta que nos proporcionou esse encontro.

Fim do interregno

Já em um evento esportivo, pouco antes de uma entrevista coletiva, outro coleguinha (jovem, ótimo texto, ótimos contatos, especializado, mas jovem) estava louco para ser o primeiro a fazer uma pergunta. Eu, impávido colosso, me sentei e entreguei um papel para ele abrir somente após o fim da entrevista. Eram minhas três perguntas que, no fim do evento, haviam sido feitas por outras pessoas (como sempre acontece em coletivas).

Não, não sou adivinho, apenas um pouco mais escolado que meu jovem amigo.

Adoraria perder tempo editando e melhorando esse texto, mas até aqui no blog estou de férias dessa função. No momento, sou apenas um repórti.

Obrigado, R7.

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