Goteiras em casa

Goteira em uma tarde fria. Barulho silencioso que impede o pedido de ajuda. Orgulho Zona Sul que afasta o subúrbio, que faz questão de deixar claro que ajuda pode vir de qualquer lugar.

Poeira enlameada, baldes pelo chão, paredes úmidas. Lar de papel que vai se despedaçando sem que se possa escorar suas fundações, sem que se possa pensar no futuro.

Pingos que caem no chão e reverberam no corredor vazio de sentimento. O chuveiro grande que nunca foi aberto fica lá, refrescando quem só apareceu depois da tempestade.

Nada de borbulhas, relaxamento ou telão. Só chão desfeito, cimento desnivelado e janelas empenadas.

Devia parar de comer pizza.

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