Beatles Remasterizados – Primeiras Impressões

Voltando ao assunto do dia, vou colocar minhas primeiras impressões sobre a nova coleção dos Beatles. Claro que não deu para ouvir tudo com a atenção devida, mas, graças a Internet, já são mais de 48h com alguns discos devidamente queimados.

Enquanto as minhas caixas não chegam (deve demorar um pouco ainda), fiz uma seleção do que achava mais crítico nos CDs originais e separei alguns monos para ouvir. Já dá para ter uma noção de que a música dos Beatles foi reinventada em muitos aspectos.

Defeitos corrigidos

Para saber se o trabalho de remasterização foi realmente bem feito, preferi fazer uma seleção com as canções que sempre me pareceram ruins para compará-las com as novas versões. Um detalhe importante é que faz tempo que deixei de ouvir os CDs oficiais para ficar apenas com as versões feitas por um fã louco e com tempo de sobra, que pegou os melhores vinis já lançados e trabalhou faixa por faixa para construir CDs com o melhor som possível, sempre muito superiores aos lançados em 1988. Seu nome? Dr. Ebbet.

Bem, dito isto, vamos ao que ouvi. Os três primeiros CDs da banda (Please Please Me, With The Beatles e A Hard Day’s Night), originalmente lançados em mono, ganharam peso e brilho. Não que as versões em estéreo sejam melhores (A Hard Day’s Night mono é disparado mais bem mixado), mas vão agradar muito mais ao mercado e aos ouvidos mais jovens, que não conseguem entender o porquê de algo ser lançado em mono nos dias de hoje.

Detalhe: os Beatles só mixavam em mono. Então – com exceção de Let it Be e Abbey Road – todos os sons originais estão nas versões mono. E acreditem, as diferenças são gigantescas.

Voltando ao que interessa, canções como Day Tripper, She Said, She Said e Dizzy Miss Lizzie são exatamente o que todo fã sempre quis: som limpo, nada de drop outs ou excesso de compressão. Pelo que ouvi até agora, Help e Revolver ganharam muito com a remasterização, assim como Abbey Road.

Nada de mp3

A música dos Beatles nunca se deu bem com o mundo digital. Somente os relançamentos dos filmes (Help, AHDN, Yellow Submarine e Magical Mystery Tour) e alguns poucos CDs lançados após 87 é que se beneficiaram da tecnologia. Com várias suítes e músicas ligadas umas nas outras, o som dos Beatles nunca foi com a cara dos mp3, suas separações e compressão. Até porque, como os CDs originais não eram grande coisa, comprimi-los mais ainda é um pecado só aceitável para ouvir no trânsito, entre buzinas e freadas.

Não tente ouvir as canções que originalmente compunham o lado B do Abbey Road em mp3. Se era ruim com o som antigo, deve ficar deprimente com o som bom. Imagine aquele silêncio mortal entre Carry That Weight e The End. Argh!

À medida que for escutando com calma os CDs vou repassando minhas opiniões. Enquanto isso, a splendid time is guaranteed for all. E viva o Álbum Branco Mono!

5 Replies to “Beatles Remasterizados – Primeiras Impressões”

  1. Estava procurando mais sobre o dilema “Beatles: mono ou estereo?” e vim parar no seu blog.. gostaria de saber mais sobre isso..

  2. Ouvi todos os Cds remasterizados dos Beatles e me senti como se fosse um relançamento da maior qualidade. Sim, agora dá para ouvir os Betles com todo saudosismo, sem chiado e alta fidelidade. Que bom se as gravadoras fizessem isso com os demais: RENAISSANCE, ILLUSION, ANNIE HASLAM, ARMAGEDDON, ALAN PARSONS, MIKE OLDFIELD, SALLY OLDFIELD, ABBA, PUSSYCAT, ELOY, PINK FLOYD, LOREENA MCKENNITT, SUPERTRAMP, NEVADA, CARAVAN, U2, JOVEM GUARDA, MILTON NASCIMENTO, YARDBIRDS, PALLAS, VAN DER GRAAF GENERATORS, NEKTAR, YES (principalmente), MOODY BLUES, KANSAS, KITARO, TOMITA, MARY HOPKIN, MARIA CALLAS, PAVAROTTI, ah, como seria bom, também relançassem toda discografia dos anos 60 remasterizada, Rolling Stones, Roy Orbison, Little Richard, Louis Armstrong, Keith Relf, Jane Relf, John Lennon, Paul, George, Ringo, enfim, os solos de cada banda na maior qualidade de som possível que o ouvinte merece e vai comprar, sem dúvida nenhuma. Até Corguinhos de Iguatama pede remasters, pois BH é a Metrópole da cultura musical com o Clube da Esquina (Lô, Beto Gudes, Skank, Milton etc). E a nossa ELIS REGINA remasterizada, oh!!! que bom!!!
    Visitem minhas páginas sobre canções saudosistas, vou além da beatlemania, porque gosto do “bom e velho rock and roll”, sobretudo, a nossa MPB de qualidade…
    http://geocities.ws/renaissancehaslam
    http://geocities.ws/robsonflorencio/acervopaim
    Abraços do jornalista e webdesigner Robson FLORENCIO PAIM, que também vocês podem digitar no Google a frase: acervopaim

  3. Bom,adorei a superação na remasterização dos albuns inclusive do “mono box set” estão altamente impecáveis com um som altamente cristalino (bem diferente das edições relançadas em 1987 que o som parece soar como se colocássemos um par de travesseiros nos ouvidos).As versões em estéreo já existiam na época,era porque som estereofônico era coisa de poucos na época inclusive aqui no Brasil que a novidade só chegou no fim da década de 60 e as edições brasileiras eram todas em mono(Lembrando que o som estereofônico foi lançado comercialmente no final da década de 50).Se você olhar bem as capas dos discos originais lançados na inglaterra em mono tem a frase:Avaliable in stereo (disponível em estéreo).Em 64 com a conquista dos Beatles a América a Capitol lançou edições interessantíssimas como o “Meet the Beatles” com o lado A em estéreo e o lado B em mono.Conclusão:Sendo lá ouvida em estéreo ou mono só tenho uma coisa a dizer:É prazerosa ouví-las nas duas versões.

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