Boate não dá!

Quando era jovem era boite. Música disco e corpos balançando dentro de figurinos questionáveis em ritmos nem sempre compassados com a música. Era sso.

Quem me conhece sabe que nunca fui muito de balançar o esqueleto, nem mesmo para pegar alguma menina. \sempre achei o preço alto demais (com excessões).

Os anos passaram, os ritmos mudaram, desapareceram, mas as boates – que também mudaram de nome – mantêm-se as mesmas casas do horror de sempre. A quantidade de pessoas estranhas movendo-se fora do ritmo, ouvindo um batuque agudo e ininterrupto, em um ambiente escuro, enfumaçado onde qualquer preço é estratosférico.

Sim, mantendo a tradição decana, fui em um lugar destes. Cheio de boa vontade, cheio de esperança e de fome pelo novo, me deparo com telões onde Queen e a novela das oito disputavam a atenção de uma horda de coroas que parecia saída de uma convenção de secretárias e de jovens marombados (só nos músculos e não no cérebro, claro).

Minha companhia procurava uma pessoa descrita por ela como loira, baixa, cabelos compridos, pernas grossas e bonita. Garanto que essa pessoa não estava lá. Ninguém parecido com essa descrição estava lá!

Foram 90 intermináveis minutos que me fizeram lembrar o porquê de tanta gente precisar de álcool para passar a noite dançando. Admito que foi engraçado ver vários alunos do Coisinha de Jesus por lá. Mas 15 minutos seriam suficientes, sem dúvidas.

Não sei dizer quando volto – essas experiências antropológicas consomem muito. Melhor deixa-las para os Su Casa, Mi Casa, muito mais independentes e inteligentes.

Detalhe: agora, do lado de fora das boates, há alto-falantes reproduzindo o que é tocado lá dentro. E as pessoas entram assim mesmo!

Depois reclamam que gosto de futebol na TV.

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