Novo e razoável U2

Foto Divulgação

Este blog nunca teve como função ser o primeiro a dar qualquer notícia. Nem era muito para dar notícia. Com os acontecimentos dos últimos dias, alguns posts que já estavam programados ficaram um pouco deslocados, mas preferi deixá-los assim mesmo, pelo bem do conjunto da obra, da linha editorial.

Abaixo, a crírica que fiz e publiquei no Mistura Interativa do novo CD do U2No Line On The Horizon – que não impressonou muito, mas tem seus momentos. Espero que sirva para alguma coisa.

PS: Algumas canções do novo CD já pode ser ouvidas na playlist do blog.

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Onze discos e quase cinco anos após seu o lançamento de seu último CD (How to Dismantle an Atomic Bomb, de 2004), os irlandeses do U2 voltam aos refletores do pop mundial. Um mega plano de marketing foi preparado para alavancar as vendas de No Line On The Horizon (capa ao lado), que começaram com a apresentação da banda na cerimônia de entrega do Grammy deste ano e que inclui cinco dias de aparições no programa de entrevistas de David Letterman, algo que jamais aconteceu na história do programa de entrevistas mais assistido dos Estados Unidos.

O novo trabalho chega ao mercado em sabores para todos os gostos. São quatro versões diferentes do CD, que vão do simples (com um booklet de 24 páginas e acesso a Internet para download de um filme) até uma caixa especial (contendo o álbum, o DVD do filme, um livro capa dura de 64 páginas e um poster).

Mas e o disco? É bom? Com certeza não é ruim mas está longe de ser ‘um dos maiores e mais inovadores álbuns do U2’, como disse Daniel Lanois, um dos três produtores de No Line On The Orizon. Aliás, parece um pouco exagerado tanto tempo e tantos produtores para apenas 11 faixas. Não há nenhuma Beautiful Day ou Elevation. O primeiro single – Get On Your Boots (vídeo no fim do texto) – promete, mas não chega a lugar nenhum. Riffs de guitarra, uma linha de baixo que procura hipnotizar e alguns vocais e backings que remetem aos Beatles e ao Queen, mas uma melodia um pouco confusa. Provavelmente o single mais fraco do grupo em décadas.

Foto DivulgaçãoMas o disco tem seus momentos. A faixa título, a boa Magnificent, a tola canção de amor na forma de I’ll Go Crazy If I Don’t Go Crazy Tonight e a politizada Cedars of Lebanon, devem agradar a maioria dos mortais.

O U2 não é uma banda decadente, muito pelo contrário, mas nem sempre vai fazer o melhor disco de todos os tempos, mesmo mantendo o título de banda de rock em atividade. The Edge está em grande forma e tem alguns solos bastante bons, Bono Vox está cantando bem como sempre e a cozinha formada por Adam Clayton e Larry Mullen Jr. continua eficiente e as letras passeiam entre o amor, a dor do amor e coisas mais sérias, como a história de um soldado servindo no Afeganistão.

Se No Line On The Horizon não tem a mesma qualidade de Achtung Baby, All That You Can’t Leave Behind ou a obra-prima The Joshua Tree, não chega a ser descartável e esquecível como Pop. Deve agradar, deve tocar no rádio, mas não deve fazer parte dos pontos altos da carreira do grupo.

Ouça as canções do blog

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